Se durante muito tempo um carro que dirige sozinho parecia coisa de filme de ficção científica ou de desenho animado, fique sabendo que isso está cada vez mais próximo de virar realidade. Os carros autônomos já vêm sendo desenvolvidos e testados no mundo, incluindo no Brasil.

Um carro que dirige sozinho pode até parecer novidade, mas alguns modelos já estão em desenvolvimento desde 2010. Inclusive o primeiro protótipo deste tipo de veículo já completou mais de 50 anos. Em 1968 a Continental criou um carro que não precisava de motorista para se locomover, com o objetivo de fazer testes a respeito da qualidade e da precisão de pneus.

Esse experimento da Continental foi um ponto de partida para que outras montadoras pudessem pensar a respeito e tentar aplicar a tecnologia em seus carros, anos depois.

O que são carros autônomos?

Em resumo, carros autônomos são veículos que funcionam por meio de sensores e inteligência artificial, de maneira automática. Dessa forma, o motorista não precisa estar totalmente preocupado com a direção. O que torna o veículo autônomo é justamente a ausência de interferência humana durante a direção.

Durante a direção é comum que ocorram falhas humanas. Esse tipo de veículo conta com visão 360º, podendo detectar coisas que passariam despercebidas aos olhos do motorista.

O principal objetivo da criação de carros inteligentes é justamente em relação a segurança. Dados estatísticos mostram que pelo menos 95% dos acidentes automotivos no mundo inteiro tem como causa a falha humana, o que faz com que a 8ª posição de causas de morte seja justamente por colisões.

As montadoras acreditam que a tecnologia e inovação usada nos carros autônomos poderão ajudar a diminuir consideravelmente os números de acidentes, reduzindo as vítimas por lesões graves.

Além da redução na quantidade de acidentes, os carros autônomos também tem o intuito de diminuir as altas taxas de emissão de gases que poluem o meio ambiente, assim como os engarrafamentos e também a poluição sonora, que são ótimas vantagens, em relação aos carros comuns.

Como é o funcionamento dos carros autônomos?

Além dos componentes básicos de um veículo, os modelos autônomos contam com radares e sensores que podem captar tudo o que está em volta do corro, em um ângulo de 360º.

Esses sensores conseguem detectar situações simples do cotidiano do motorista, como faixas de trânsito, pedestres, distância entre os veículos, semáforos, lombadas, buracos e outros obstáculos.

Os sinais detectados pelos radares e sensores são enviados para um central de controle, que é a responsável pelas tomadas de decisão do veículo. Tudo isso é feito instantaneamente, da mesma maneira que seria feito com os controles do motorista.

Lembra que falamos da falha humana? Como a detecção é muito rápida, evita a desatenção na pista e aumenta a segurança, tanto de quem está dentro do veículo quanto dos outros carros, pedestres, ciclistas e motoqueiros.

Tecnologias disponíveis nos carros autônomos

Os veículos autônomos ainda estão sendo testados para que possam fornecer total segurança. Veja alguns dos componentes desses carros:

• Radar: ondas de rádio são emitidas nos obstáculos e conseguem calcular velocidade, distância e tamanho;

• Câmera estereoscópica: simula a visão humana por meio de tecnologia 3D, com profundidade e perspectivas diferentes;
• Sonar: tem a mesma função do radar, só que com ondas sonoras;
• Câmera infravermelha: mesmo com pouca ou nenhuma luz a câmera consegue detectar objetos por meio das variações e mudanças de temperatura;
• Lidar: são pulsos a laser que fazem a captação do ambiente 360º.

Outras tecnologias que também compõem esses carros inteligentes são: iBooster, velocímetro, GPS e hodômetro, conectividade e inteligência artificial e Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC).

Carros autônomos pelo mundo

O continental em 1968 foi o responsável pelo pontapé nesse tipo de tecnologia. Anos depois, a Google, isso mesmo, a gigante dos softwares e serviços online, desenvolveu em 2010 o primeiro protótipo dos carros inteligentes.

De lá pra cá, outras empresas de tecnologia e também do ramo automotivo, como a Samsung, Apple, Volkswagen, Ford, BMW, General Motors, Uber e Lyft também começaram a criar os seus modelos autônomos e deram a sua contribuição para que esses carros estejam mais próximos de se tornar realidade.

O Brasil também tem investido nesse ramo desde 2011 como projeto de algumas universidades. A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) está em fase de testes do Carro Autônomo Desenvolvido (CADU). A USP (Universidade de São Paulo) também desenvolveu o seu modelo, o Carro Inteligente para Navegação Autônoma (CaRINA).

Além disso, já existem alguns modelos no mercado que são semi autônomos, ou seja, usam a tecnologia e também a direção humana.

Esses carros ainda não se locomovem por completo sem o motorista, mas conseguem realizar algumas tarefas sozinhos como manter-se na faixa, frear, acelerar, fazer curvas e também manter a distância de outros carros nas pistas.

Alguns dos modelos semi autônomos disponíveis no mercado e que inclusive podem ser adquiridos no Brasil, são o Mercedes-Benz Classe E, o Audi A5, o Volvo XC90 e a BMW Série 5.

Mas fique sabendo que não será necessário esperar tanto assim para dirigir os carros inteligentes. A Ernst & Young, multinacional de serviços, prevê que em 2025 isso já será possível e que pelo menos 4% desses carros já estarão nas ruas do mundo inteiro.

Dez anos depois, em 2035, a previsão é mais otimista ainda e estima-se que esses números tenham um aumento para 75%.

O que muda com os veículos autônomos?

A tecnologia presente nesses carros trará grandes mudanças e benefícios para o trânsito. Com a segurança desses carros será possível diminuir as taxas de acidentes automobilísticos e também as taxas de mortalidade no mundo inteiro. Outra coisa que também mudará será o engarrafamento.

A longo prazo, também será possível diminuir os impactos ambientais causados pela poluição e emissão de gases poluentes que saem dos carros comuns. A redução na poluição sonora também é outro ponto positivo.

Além dos impactos no trânsito, os autônomos também mudarão outros aspectos, como os postos de combustível e os serviços oferecidos. O mercado das peças de reposição também precisará passar por ajustes, uma vez que a demanda irá mudar, as oficinas mecânicas também se encaixam nos setores que precisarão de novas especializações.

Mesmo ainda em fase de testes, os carros autônomos transformarão o futuro próximo.

E aí, gostou do conteúdo? Aproveite também para ler o nosso post com dicas para calibrar pneu de maneira simples. Até o próximo post!