Gurgel: A Empresa Brasileira Que Fabricava Carros Elétricos Nos Anos 70
A Gurgel nasceu com o sonho de criar um carro brasileiro. A marca foi um sucesso no mercado nacional, e muito antes de Elon Musk entrar para a Tesla, a Gurgel já tinha carros elétricos.
Quer conhecer mais sobre a montadora brasileira, e o motivo do seu fim? Continue a leitura.
João Augusto Conrado do Amaral Gurgel nasceu em 1926, na cidade de Franca – SP. De classe média, se formou em engenharia aos 23 anos.
Após se formar, Gurgel foi para os EUA, e trabalhou na General Motors. Ao voltar ao Brasil, ele abre a Moplast Moldagem de Plásticos com a intenção de abastecer a cadeira de autopeças brasileiras, e desenvolveu alguns projetos, entre eles alguns relacionados a carroceria de fibra de vidro.
Após algum tempo Gurgel começa a produzir miniveículos para crianças, carros e protótipos de carros elétricos. Em 1969 ele realiza seu sonho e cria a Gurgel Motores S/A.
Os modelos da montadora eram mais leves, pois boa parte da carroceria eram feitos com fibra de vidro e plástico reforçado. A empresa também foi uma das pioneiras no desenvolvimento de veículos elétricos.
Com a crise do petróleo, a Gurgel intensificou os trabalhos com carros elétricos. Durante a popularização do etanol, a marca foi uma das primeiras a utilizar o álcool, apesar de João Gurgel ser contra o combustível.
Durante os anos 70 e 80 a montadora foi beneficiada pelas restrições da importação. Além da expansão das vendas, a empresa se torno uma importante fornecedora de veículos para o Exército Brasileiro.
Modelos da Gurgel
O Buggy QT era equipado com o motor 1.300 a ar, e uma carroceria de fibra de vidro.
O Xavante XT surgiu como um Buggy e evoluiu esteticamente para se aproximar dos 4×4 militares. Sua principal inovação eram os chassis em tubo de aço cobertos com fibra de vidro.
Em 1975 surgiu o X-12, um utilitário com carroceria aberta e fechada, a pedido das Forças Armadas.
Para o transporte de cargas e passageiros surgiram o furgão X-20 e X-15 e as picapes G-15 e G-800
O SUV Carajás, tinha a versão com duas ou quatro portas e permaneceu em produção até o fim da empresa, em 1994.
Alguns modelos fugiam do tradicional, como o XEF, um minicarro de 2 ligares.
Outro modelo peculiar é o Itaipu E150.
O Gurgel BR-800 surgiu com a proposta de ser um carro acessível. Junto do veículo o comprador podia comprar também ações da empresa.
O fim
A Gurgel entrou nos anos 90 com o pé direito. As vendas iam bem e a empresa recebia benefícios do governo, mas a abertura do mercado para automóveis importado afetou a empresa. De uma hora pra outra seus veículos deixaram de ser competitivos.
Em 1994 a empresa faliu e fechou as portas definitivamente em 1996.
João Gurgel faleceu em 2009, depois de sofrer muitos anos com Alzheimer sem o reconhecimento merecido. O registro INPI da marca expirou em 2003 e foi adquirido por outro empresário.
Atualmente a marca funciona como uma importadora de triciclos diesel TA-01, mas nada tem a ver com a empresa original.
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